OBJETIVO -/- O estudante de Zootecnia e de Veterinária, quando se depara com a produção animal, um dos pilares importantes é a reprodução, uma vez que é a perpetuação da espécie, seja para gerar filhas de uma vaca campeã em produção leiteira e de um touro com rusticidade e com aptidão produtiva de corte, ou mesmo para reposição de um plantel, o mesmo deve estar consciente de que esse ramo é de extrema responsabilidade, já que estará intimamente lidando com a (...) vida e com um investimento que pode gerar lucros em demasia para a propriedade ou, se mal feito o manejo da reprodução, trazer sérios transtornos para a mesma. -/- Nesse trabalho, o estudante revisará os sucessos da puberdade e estacionalidade reprodutiva relacionando-os com os processos endócrinos e os fatores que afetam sua manifestação como os nutricionais, para compreender a maneira ao qual podem ser manipuladas. -/- -/- • _____INTRODUÇÃO -/- A puberdade marca o início da vida reprodutiva do animal, permitindo integrar o indivíduo ao seu ciclo produtivo. A estacionalidade é uma característica de adaptação que algumas espécies desenvolveram para fazer garantir a eficiência da reprodução e a sobrevivência dos filhotes. -/- -/- • _____PUBERDADE -/- A puberdade é atingida quando o animal é capaz de produzir e liberar gametas viáveis e funcionais (férteis). Na fêmea esse fato ocorre na primeira ovulação, que geralmente coincide com a manifestação do comportamento do cio; e nos machos durante a primeira ejaculação com espermatozoides viáveis. -/- Do ponto de vista da produção animal, puberdade prematura ou precoce, é importante para poder permitir a incorporação dos animais ao ciclo produtivo o mais rapidamente possível. No caso de touros holandeses, por exemplo, é desejável que produzam sêmen precocemente para incorporá-los a prova de progênie; nas fêmeas, entretanto, deve-se considerar que nem sempre é conveniente usar o primeiro ciclo ou cio para reprodução. É o caso das marrãs (porcas primíparas), onde é benéfico esperar até o segundo ou terceiro estro para aumentar o tamanho da ninhada. Também pode ser vantajoso esperar que o indivíduo alcance sua maturidade sexual, que ocorre quando a fêmea consegue se reproduzir sem sofrer efeitos adversos. A ovelha nascida na primavera, por exemplo, pode engravidar no outono seguinte e dar à luz no primeiro ano de vida, mas seu crescimento pode ser afetado; o mesmo ocorre com a novilha, em que o acasalamento precoce pode promover distorcia por falta de desenvolvimento pélvico. -/- A puberdade é um processo gradual e está intimamente relacionada à taxa de crescimento e ao metabolismo energético. O recém-nascido usa energia para funções vitais, principalmente termorregulação; esse feito se deve ao fato de os jovens possuírem uma superfície corporal muito elevada em relação ao seu volume. Durante o desenvolvi-mento subsequente dos tecidos também há prioridade no uso de nutrientes, que inicialmente favorecem o desenvolvimento do tecido ósseo e muscular, e uma vez que estes atingem determinado tamanho de acordo com as condições genéticas do indivíduo, inicia-se o desenvolvimento do tecido adiposo, que é indicativa de um reservatório de energia. É importante ressaltar que existe uma interação entre a genética e o meio ambiente, de forma que o potencial genético só será expresso se o meio ambiente for favorável. -/- Para que a ovulação ocorra, é necessário considerar o funcionamento do eixo hipotálamo-hipófise-gonodal. O aumento da frequência pulsátil do GnRH hipotalâmico e em consequência do LH hipofisário provoca a maturação do folículo em nível gonodal, o que aumenta a produção de estrógenos. O aumento dos estrogênios causa, por feedback positivo no hipotálamo, a liberação do pico pré-ovulatório de LH e, consequentemente, a ovulação. Na fase pré-púbere, a frequência dos pulsos de GnRH e LH é muito baixa e insuficiente para provocar a maturação folicular, pois o hipotálamo é inibido e, portanto, não ocorre ovulação. -/- A geração pulsátil de GnRH no momento reprodutivo adequado para desencadear o início da puberdade depende de uma rede neural complexa que, além dos neurônios GnRH, inclui outros neurônios e células da glia; ele também integra vários sinais internos e externos para o corpo. A morfologia dos neurônios GnRH também é única, uma vez que seus dendritos também podem funcionar como axônios, dando-lhes uma função distinta. A geração de pulsos também indica a necessidade de sincronização entre subpopulações de neurônios GnRH, que, acima de tudo, parece ser extrínseca a esses neurônios e envolve múltiplos hormônios e neurotransmissores -/- Se dois níveis de conexões aferentes são considerados, estima-se que cada neurônio de GnRH pode ser conectado a cerca de cinco milhões de outros neurônios; milhares de genes, então, podem estar envolvidos no processo da puberdade. A importância funcional e hierárquica de cada um desses genes no controle dos neurônios GnRH, juntamente com outros fatores neuronais e gliais, pode diferir entre as espécies. Existem, no entanto, componentes fundamentais que parecem ser comuns a todos os mamíferos e que se situam nos níveis hierárquicos mais elevados, ajudando a compreender a progressão do processo puberal. Assim, todas as espécies de mamíferos estudadas, por exemplo, têm aglomerados de neurônios kisspeptinérgicos (que secretam kisspeptina), envolvidos na regulação da secreção tônica e secreção cíclica de GnRH, que também se classifica como o elemento mais alto na hierarquia desse complexo neuronal após considerar os neurônios GnRH. -/- Sabe-se que o eixo hipotálamo-hipofisário-gonodal está ativo desde as primeiras fases da vida do indivíduo, mesmo antes do nascimento em certas espécies. A secreção de GnRH, no entanto, é suprimida mais tarde no desenvolvimento e permanece dessa forma até o período pré-púbere, quando será reativada gradualmente. -/- Por várias décadas, a supressão e reinicialização dos pulsos de GnRH foi atribuída a uma hipótese conhecida como teoria gonadostat que afirma que o centro tônico do hipotálamo é inibido devido à sua sensibilidade ao mecanismo de feedback negativo dos esteroides gonodais, é aumentado; portanto, o GnRH e a consequente secreção de gonadotrofinas (FSH e LH) são insuficientes para a ocorrência da maturação folicular e espermatogênese. Essa sensibilidade diminui progressivamente à medida que a puberdade se aproxima. -/- Sabe-se agora que existem fatores não gonodais que agem em paralelo com os esteroides para mediar mudanças no feedback negativo que também são específicos da espécie. -/- Na fêmea, o centro gerador de pulso cíclico também deve ser considerado, o qual é responsável por iniciar a primeira ovulação. O centro cíclico é composto por uma segunda subpopulação de neurônios GnRH que é reativada por meio de uma complexa interação entre vários sistemas neuronais inibitórios (que devem reduzir progressiva-mente sua influência) e outros sistemas excitatórios, que, por sua vez, operam por meio de diferentes neurotransmissores, como o ácido γ-amino-butírico (GABA) e seus receptores, glutamato, óxido nítrico e neuropeptídio Y (NPY). Esses fatores, juntamente com as alterações morfológicas observadas nos neurônios do GnRH à medida que a puberdade se aproxima, e com as interações e sinais aferentes das células gliais, levam a um padrão de progressão linear que culminará na reativação do centro cíclico. Esse processo era conhecido anteriormente como teoria da maturação central e faz parte das mudanças que configuram o processo para chegar à puberdade. A elevação nas concen-trações de estradiol subsequente à reativação gradual do centro gerador de pulso tônico GnRH provavelmente permitirá a maturação final do centro cíclico. -/- A forma como cada organismo estabelece o momento certo para iniciar as mudanças que levam à puberdade é conhecido; a existência de algum mecanismo neurobiológico que constitui um relógio interno pode ser considerada. No entanto, esse mecanismo afetaria principalmente o desenvolvimento neuronal no nível central; também seria difícil compará-lo com a maneira pela qual fatores externos ao indivíduo afetam o início da puberdade. Nessa perspectiva, um sistema que permita receber informações completas sobre o crescimento e desenvolvimento do indivíduo poderia ser mais prático. Os mediadores desse sistema incluem o hormônio do crescimento, IGF-I, leptina e outros substratos metabólicos. A leptina em particular, que sinaliza as reservas de tecido adiposo, é um dos elementos mais importantes e, embora não determine quando começa a puberdade, se atua como fator permissivo para que o processo progrida, uma vez que excede um nível limite. A consideração do estágio de desenvolvimento do animal para o início da puberdade era anteriormente conhecida como o peso corporal crítico ou teoria do lipostato. É importante considerar que as três teorias mencionadas não são exclusivas. -/- O mecanismo da puberdade nos machos é semelhante ao já descrito; entretanto, deve-se lembrar que no macho o centro cíclico não está ativo. À medida que a puberdade se aproxima, o crescimento testicular é desencadeado e, em ruminantes e suínos, o pênis que estava preso à mucosa prepucial é gradualmente liberado. -/- -/- • _____FATORES QUE INFLUENCIAM A PUBERDADE -/- Os animais podem manifestar a puberdade de três formas diferentes. Pode ser tardia e o animal demorar para estar apto a reprodução; precoce e o animal entrar na vida reprodutiva antes do esperado ou pode ser normal e o animal estar com boa conformação e idade. Para tanto, alguns fatores podem interferir à manifestação da puberdade pelos animais como a genética, idade e peso, nutrição, fotoperíodo e o próprio manejo adotado. -/- -/- Genética -/- O genótipo afeta a idade da puberdade, pois algumas raças são anteriores a outras. Nos bovinos, as raças europeias atingem a puberdade antes dos zebuínos, isto é, uma novilha ou novilho da raça holandesa atinge a puberdade primeiro que os animais da mesma idade e do mesmo peso da raça nelore, por exemplo. -/- Da mesma forma, as porcas da raça chinesa Meishan atingem a puberdade por volta dos 115 dias de idade, metade da idade das raças brancas. As ovelhas de raças de corte, da mesma forma, são mais precoces que os produtores de lã. As raças pequenas, da mesma forma, são geralmente mais precoces, pelo menos em bovinos (jersey x guzerá) e em caninos. Os híbridos, por outro lado, apresentam puberdade mais precoce que os puros, devido ao efeito da heterose. Por este motivo, em certas espécies são utilizadas linhas híbridas. -/- -/- Idade e peso -/- A tabela 1 mostra a idade média de início da puberdade em espécies domésticas. O peso vivo (PV) adulto é mais relevante para a idade na puberdade nos ruminantes, enquanto em suínos é menos decisivo. A tabela também apresenta a porcentagem de peso corporal necessária para a puberdade ocorrer de forma natural. -/- -/- Tabela 1: Idade e peso a puberdade das espécies domésticas -/- Espécie -/- Fêmea (meses) -/- Macho (meses) -/- PV adulto (%) -/- Gado holandês -/- 11 (8-15) -/- 11 (7-18) -/- 30-40 -/- Gado brahman -/- 19 -/- 17 -/- 45-60 -/- Caprinos e ovinos -/- 7 (4-14) -/- 7 (6-9) -/- 40-60 -/- Suínos -/- 6 (5-7) -/- 7 (5-8) -/- 75 -/- Equinos -/- 18 (12-19) -/- 14 (10-24) -/- - -/- Caninos -/- 12 (6-24) -/- 9 (5-12) -/- - -/- Felinos -/- 8 (4-12) -/- 9 (8-10) -/- - -/- Fonte: VALENCIA, 2018. -/- Nutrição -/- Como a puberdade está relacionada à taxa de crescimento, os animais que recebem uma nutrição adequada e balanceada apresentarão puberdade em uma idade mais jovem, ou seja, mais precocemente; ao contrário, a puberdade será tardia nos animais que sofreram restrição alimentar, que estão desnutridos ou que tiveram seu crescimento afetado por doenças infecciosas ou parasitárias. A superalimentação também não é recomendada, pois pode alterar tanto os sinais que são recebidos pelo hipotálamo quanto sua resposta a eles. -/- Logo, o manejo alimentar adotado deve estar de acordo com as normas estabeleci-das pelos especialistas na área, principalmente no tocante as exigências nutricionais que devem servir de regra na propriedade. Sendo assim, os animais entrarão em puberdade com as taxas de alta qualidade o que afetará positivamente na prole futura e dará retorno lucrativo ao proprietário. -/- -/- Época do ano (Fotoperíodo) -/- Em fêmeas de espécies sazonais, como ovelhas e cabras, existem certos requisitos de fotoperíodo que devem ser atendidos para que a puberdade ocorra. Nessas espécies, um período de exposição a dias longos é necessário, seguido por outro de exposição a dias curtos. Na verdade, os cordeiros e cabritos nascidos fora da estação, mesmo que tenham atingido o peso necessário, terão que esperar até o outono seguinte (a estação reprodutiva) para atingir a puberdade. Os machos, por outro lado, não estão sujeitos a essas limitações nos requisitos fotoperiódicos para apresentar a puberdade. -/- Em novilhas nascidas no outono, por outro lado, a puberdade ocorre antes de um ano de idade, no verão seguinte ou no início do outono, mais cedo do que nas nascidas na primavera, devido à exposição a longos dias durante os primeiros seis meses do ano após seu nascimento aceleram seu crescimento. Em gatos, o aumento do fotoperíodo também acelera o início da puberdade. -/- Em ovelhas e novilhas, a primeira ovulação que ocorre ao entrar na puberdade é silenciosa; ou seja, não é acompanhada de sinais comportamentais de cio como a micção frequente, inchamento da vulva, uma montando a outra e deixando-se montar etc., pois para que esse comportamento se manifeste, o sistema nervoso necessita de uma pré-sensibilização com progesterona que não estará presente até o próximo ciclo, após o desenvolvimento do corpo lúteo vindo desta primeira ovulação. -/- -/- Sociossexual -/- A interação de indivíduos da mesma espécie ou a presença ou ausência de sinais de bioestimulação, como feromônios, pode afetar o período de puberdade. A puberdade, por exemplo, é atrasada em porcas criadas individualmente em comparação com porcas criadas em grupo. Além disso, na porca, ovelha e cabra, a exposição ao macho estimula as fêmeas e a puberdade aparece mais precocemente. -/- -/- Manejo -/- Certas práticas de manejo podem acelerar a puberdade, especialmente no período pré-púbere. Em porcas próximas à puberdade, por exemplo, o estresse causado por procedimentos, como o transporte de um local para outro ou a exposição ao macho, faz com que apareça o estro em torno de sete dias após a realização do manejo mencionado. -/- -/- • _____ESTACIONALIDADE REPRODUTIVA -/- A estacionalidade ou sazonalidade reprodutiva é uma estratégia evolutiva que se desenvolveu em algumas espécies; tende a tornar a reprodução mais eficiente. Nos países de latitudes distantes do equador, o objetivo é que as crias nasçam na primavera, época do ano mais favorável, graças à abundância de alimentos e às amenas condições climáticas. No caso da ovelha, cuja gestação dura cinco meses, para que os partos ocorram na primavera, ela deve engravidar no outono (figura 1), quando os dias são curtos; enquanto a égua, tendo uma gestação de aproximadamente 11 meses, deve conceber na primavera, quando os dias são longos; assim, o parto ocorrerá na primavera do ano seguinte (figura 2). -/- -/- Figura 1: Esquema ilustrativo da estacionalidade reprodutiva na espécie ovina. Fonte: PIRES et al., 2011. -/- -/- Esta característica evolutiva desenvolvida pela seleção natural na maioria das espécies silvestres e ainda é conservado por algumas espécies domésticas, como ovelhas, cabras, cavalos e gatos. Em bovinos e suínos, ao contrário, a domesticação levou à perda quase total da estacionalidade reprodutiva. -/- A estacionalidade reprodutiva é codificada nos genes; significa então que a seleção natural favoreceu a propagação de genes que permitiam acoplar a hora do nascimento com a melhor época do ano, por isso passou a ser considerada um método anticoncepcional natural. -/- -/- Figura 2: ciclo reprodutivo anual em espécies estacionais; onde são apresentados os períodos de gestação e a forma como se agrupam os nascimentos, independentemente da época reprodutiva da espécie, em vermelho as fêmeas estão apresentando estro ou cio. Fonte: VALENCIA, 2018. -/- -/- Fotoperíodo -/- Para sincronizar o período fértil com a época mais favorável do ano, a maioria das espécies sazonais usa o fotoperíodo (quantidade de luz diária ao longo do ano). -/- Este sinal ambiental é seguro, confiável e se repete a cada ano. Ovinos e caprinos se reproduzem na época do ano em que os dias são curtos e os equinos quando são longos. O grau de sazonalidade depende da origem da raça. As raças nativas de países localizados em latitudes elevadas (> 50°,ovelhas: soay, blackface, suffolk; cabras: saanen, alpino francês, toggenburg; equinos: puro-sangue, hanoveriano) terão uma estacionalidade mais acentuada do que as latitudes menores ou mediterrâneas (ovelhas: merino; cabras: murciana granadina; equinos: quarto de milha). Também existem raças de latitudes próximas ao Equador cuja estacionalidade é baixa ou nula (ovelhas: raças de pelo, crioulas; cabras: raças africanas e asiáticas) (tabela 2). -/- Para a maioria das raças de ovinos e caprinos, a estação reprodutiva começa no final do verão e início do outono; caracteriza-se pela apresentação de ciclos estrais sucessivos, e termina no final do inverno, quando se inicia o anestro, que se caracteriza pela ausência de ovulação. Nos equinos, ocorre o contrário, uma vez que a estação reprodutiva ocorre na primavera e no verão. -/- -/- Tabela 2: Relação entre a origem da raça e o grau de estacionalidade ou sazonalidade -/- Espécie -/- Alta -/- Média -/- Baixa -/- Ovinos -/- Suffolk, raças britânicas de lã e corte -/- Merino -/- Pelibuey, crioulas -/- Caprinos -/- Saanen, alpino, toggenburg -/- Murciana granadina -/- Crioula -/- Equinos -/- Puro-sangue, hanoveriano, quarto de milha -/- - -/- Crioula, burros -/- Fonte: VALENCIA, 2018. -/- -/- Mecanismo neuroendócrino da estacionalidade -/- Durante o período de anestro, o fotoperíodo exerce efeito inibitório sobre o centro tônico do GnRH no hipotálamo, diminuindo a frequência de pulso. Consequentemente, a pulsatilidade do LH também diminui, que agora é incapaz de induzir a maturação folicular, o aumento dos estrogênios, o pico pré-ovulatório de LH e, portanto, a ovulação. -/- Isso ocorre porque durante o anestro a sensibilidade do hipotálamo ao mecanismo de feedback negativo dos estrogênios e de outros fatores de origem não gonodal é aumentada. Ao aproximar-se da estação reprodutiva, a sensibilidade hipotalâmica diminui e o aumento da pulsatilidade do GnRH causa as mudanças que culminam na ovulação. Portanto, o mecanismo endócrino do anestro estacional é semelhante ao do anestro pré-púbere e de alguns outros tipos de anestro. -/- A estacionalidade é um bom exemplo da interação entre o meio ambiente e o sistema neuroendócrino, pois o organismo é capaz de traduzir um sinal externo ambiental, como o fotoperíodo, em um sinal hormonal interno, que neste caso é a melatonina. -/- A glândula pineal secreta melatonina durante as horas de escuridão. Os animais sazonais apresentam um ritmo reprodutivo endógeno, que é regulado por janelas de fotossensibilidade, determinadas por mudanças na duração do dia. O sinal luminoso é captado pela retina e conduzido, via nervo, pelo trato retino-hipotalâmico até o núcleo supraquiasmático, que funciona como o relógio biológico do corpo. Daí o sinal viaja para o núcleo para-ventricular, depois para o gânglio cervical e, finalmente, para a glândula pineal, que responde secretando melatonina (figura 3). -/- Nas ovelhas, a estação reprodutiva começa quando a duração do dia diminui e, naturalmente, a noite aumenta; na égua, ocorre quando os dias se alongam. -/- A primavera não é necessariamente a melhor época do ano em todas as regiões do globo. Nas latitudes tropicais, a primavera coincide com a seca e não com a abundância de forragem, aspecto a ser levado em consideração ao programar a reprodução. -/- Outro ponto importante a considerar é que as raças europeias sazonais mantêm sua estacionalidade no Brasil. -/- -/- Figura 3: Mecanismo do fotoperíodo em ovinos e a melatonina. Fonte: HAFEZ, 2004. -/- -/- Estacionalidade no macho -/- O macho é menos afetado que a fêmea pelas mudanças típicas de cada época do ano, já que sua função reprodutiva não é necessariamente interrompida durante o anestro ou repouso sexual, embora a produção de hormônios reprodutivos, tamanho e tônus testicular, a libido, as características qualitativas e quantitativas do ejaculado e a fertilidade do esperma podem ser diminuídas. O nível de afetação depende do grau de sazonalidade da raça e da latitude. Por fim, os efeitos do fotoperíodo devem ser separados dos nutricionais, que também variam com a época do ano. -/- -/- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS -/- -/- BEARDEN, Henry Joe et al. Reproducción animal aplicada. México: Manual Moderno, 1982. -/- BROOKS, P. H.; COLE, D. J. A. The effect of the presence of a boar on the attainment of puberty in gilts. Reproduction, v. 23, n. 3, p. 435-440, 1970. -/- CARDOSO, Daniel; DE PAULA NOGUEIRA, Guilherme. Mecanismos neuroendócrinos envolvidos na puberdade de novilhas. Arquivos de Ciências Veterinárias e Zoologia da Unipar, v. 10, n. 1, 2007. -/- CHEMINEAU, P. et al. Induction and persistence of pituitary and ovarian activity in the out-of-season lactating dairy goat after a treatment combining a skeleton photoperiod, melatonin and the male effect. Reproduction, v. 78, n. 2, p. 497-504, 1986. -/- CLARKE, Iain J. et al. Kisspeptin and seasonality in sheep. Peptides, v. 30, n. 1, p. 154-163, 2009. -/- CORTEEL, J. M. 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Blackwell Science Ltd, 1998. -/- -/- -/- FIXAÇÃO DO ASSUNTO -/- -/- 1. Defina o que é puberdade e como ela manifesta-se no corpo. -/- -/- -/- 2. Diferencie puberdade de maturidade sexual. -/- -/- -/- 3. Quais são os fenômenos que devem ser observados em fêmeas que estão entrando na puberdade? -/- -/- -/- 4. Qual o papel do GnRH e do IGF-I sobre a puberdade? -/- 5. Um produtor possui duas ovelhas e um carneiro reprodutor, as ovelhas possuem idade e peso, mas não manifestaram seu primeiro cio, quais elementos que você recomenda ao produtor para induzir a ciclicidade dessas fêmeas? -/- -/- -/- 6. De forma geral, quais os fatores que podem afetar a entrada na puberdade dos animais? -/- -/- -/- 7. Defina estacionalidade reprodutiva. -/- -/- -/- 8. O que é fotoperíodo e qual sua importância para a reprodução dos animais domésticos? -/- -/- -/- 9. Defina as relações existentes entre a origem da raça e o grau de estacionalidade e como tais teorias se aplicam ao rebanho brasileiro. -/- -/- -/- 10. Qual o papel da glândula pineal para a estacionalidade reprodutiva? -/- -/- -/- 11. Por que os machos são menos afetados pela sazonalidade reprodutiva do que as fêmeas? -/- -/- -/- 12. Sabendo-se sobre os termos de puberdade e estacionalidade e as características de ambos nas espécies domésticas, pede-se: um criador deseja obter 5 novas crias ovinas e 5 caprinas em seu plantel até o final do ano, para tanto ele ainda possui um ano e está na estação do verão, sabendo-se sobre a estacionalidade dessas espécies elabore um projeto reprodutivo de modo que essas 10 fêmeas possam gerar uma cria cada até a primavera. -/- -/- Dados: 10 fêmeas gerando 10 crias. 1 macho ovino e 1 caprino. Fêmeas com 1 ano de idade (2º cio) e peso corporal = 55% do peso adulto. Verão de 2020 para parir na primavera de 2020. (shrink)

The complex world of thought and sensitivity in the sphere of contemporary art has entailed the revision and exclusion of disciplines aimed at providing a model to explain and conceptualize reality. Art history, as one such discipline, has had many of its contributions questioned from Gombrich’s epistemological reformulation to the postmodern discourses, which extol the death of the author, the post-structuralist idea of tradition as a textual phenomenon, and the declaration of the death of history as a consequence of the (...) hybridization of disciplines and of other bran- ches of human knowledge. Nevertheless, it can be demonstrated that proposals as those by Julius von Schlosser and Giulio Carlo Argan enclose reflections and methodological aspects which can help us face the task of understanding and visualizing the mediating role of historians in the culture of sensitivity, and the art modulations that have resulted from the blows of history and that, in turn, have shaped both art and art history into what they are or can be to us today. (shrink)

On the basis of historical and textual evidence, this paper claims that after his Tractatus, Wittgenstein was actually influenced by Einstein's theory of relativity and, the similarity of Einstein's relativity theory helps to illuminate some aspects of Wittgenstein's work. These claims find support in remarkable quotations where Wittgenstein speaks approvingly of Einstein's relativity theory and in the way these quotations are embedded in Wittgenstein's texts. The profound connection between Wittgenstein and relativity theory concerns not only Wittgenstein's “verificationist” phase , but (...) also Wittgenstein's later philosophy centred on the theme of rule‐following. (shrink)

Whether nature is valuable on its own (intrinsic values) or because of the benefits it provides to humans (instrumental values) has been a long-standing debate. The concept of relational values has been proposed as a solution to this supposed dichotomy, but the empirical validation of its intuitiveness remains limited. We experimentally assessed whether intrinsic/relational values of sentient beings/non-sentient beings/ecosystems better explain people’s sense of moral duty towards global nature conservation for the future. Participants from a representative sample of the population (...) of Singapore (n = 1508) were randomly allocated to two “the last human” scenarios. We found that the best predictor of such a sense of moral duty for future nature conservation is the recognition of the intrinsic values of sentient beings. Our results suggest that the concern for animal welfare may enhance rather than compete with the sense of moral duty towards nature conservation. (shrink)

On a highly influential way to think of modality, that I call ‘relationalism’, the modality of a state is explained by its being composed of properties, and these properties being related by a higher-order and primitively modal relation. Examples of relationalism are the Dretske-Tooley-Armstrong account of natural necessity, many dispositional essentialist views, and Wang’s incompatibility primitivism. I argue that relationalism faces four difficulties: that the selection between modal relations is arbitrary, that the modal relation cannot belong to any logical order, (...) that to explain how the modal relation can relate properties of different adicities additional ideological complexity has to be introduced, and that not all modal constraints are relational. From the discussion, I will extract desiderata for a successor theory of modality. (shrink)

This article presents what I call the Central Normative Proposal of Luis Villoro. This proposal is based on an interpretation of the principle of non-exclusion in ethics and epistemology. The core argument of the paper is based on a linguistic analogy that demonstrates the importance of reasonable communication for non-exclusion in epistemology, which is assumed in various theses of Villoro. A consequence of this analogy for non-exclusion in ethics is that Villoro defends basing what is reasonable on the concrete possibilities (...) of mutual understanding, starting with asymmetries and injustices that are obfuscated or eliminated in a contractualist analysis, or one that begins with strictly egalitarian principles. This criticism is compatible with egalitarian views, but it assumes a radically different point of departure. Although various theses by Villoro are compatible with egalitarian notions, given this point of departure based on asymmetries of power his proposal should be understood based on our cognitive capacities to understand and appreciate such asymmetries. For this reason, the paper concludes with an analysis of the notion of reasonableness, which under my interpretation Villoro defines in terms of our capacities for attention, that are not reducible to beliefs or systems of beliefs. In this way, the Central Normative Proposal of Villoro depends on the convergence between truth and the dignity of the members of communities in which as matter-of-fact asymmetries exist and must be eliminated through concrete communicative efforts. (shrink)

Carlos Pereda's "Mexico Unveiled" is a fresh, idiosyncratic synthesis of twentieth century Mexican philosophy that puts contemporary debates about Mexican identity politics into a critical perspective. In three engaging essays written in a peerless prose style, Pereda considers the persistent influence of European colonialism on Mexican intellectual life, the politics of inclusion, and the changing ideas of what it means to be Mexican. He identifies three "vices"—social habits, customs, and beliefs inherited from European colonialism—that have influenced the development of (...) Mexican national identity: subaltern fervor, craving for novelty, and nationalist zeal. Pereda demonstrates that these three tendencies have led Mexican intellectuals, and Mexican society more generally, to uncritically adopt a politics of exclusion and destructive nationalist attitudes. To do all of this, Pereda invites readers to follow him along as he explores an often surprising series of arguments and counterarguments. Using a strategy he calls "nomadic" thinking—the act of moving beyond our cultural preconceptions and habits of thinking—he guides readers through a number of examples drawn from Mexican philosophy and culture that illustrate these tendencies. At its core, "Mexico Unveiled" is an accessible and entertaining introduction to the philosophical themes that have long occupied Pereda's life and work and Mexican philosophy more generally. (shrink)

Context is a concept used by philosophers and scientists with many different definitions. Since Dummett we speak of "context principle" in Frege and Wittgenstein: "an expression has a meaning only in the context of a sentence". The context principle finds an extension in some of Wittgenstein's ideas, especially in his famous passage where he says that "to understand a sentence is to understand a language". Given that Wittgenstein believes that "the" language does not exist but only language games exist, we (...) should conclude that he is speaking of the need to consider any sentence always in the context of a language game1. This general attitude is certainly attuned with the contemporary tendency to place contextual restrictions to the interpretations of our sentences. However we find so many kinds and forms of restrictions that this general attitude is not enough to give us a viable tool to find an order in the web of so many different theories of context. To look for an order or, at least a clarification, we may start with two contrasting paradigms of theories: the "objective" theory of contexts, where context is a set of features of the world, and the "subjective" theories of context, where context is the cognitive background of a speaker or agent in respect to a situation2. We have here not only two different ways of using the term "context" but also two different conceptions of semantics and philosophy. The different conceptions are normally associated, respectively, with the classical paradigm of model theoretic semantics (Kaplan, Lewis Stalnaker) on one hand and with the A.I. paradigm (McCarthy, Buvac, Giunchiglia) on the other hand. For sake of simplicity I will restrict my attention3 mainly to Kaplan 1989 and to McCarthy 1993 and Giunchiglia 1993. The two different conceptions can be summarised with the following schema: a) context as: set of features of the world.. (shrink)

There has been much debate recently on the question whether essence can explain modality. Here, I examine two routes to an essentialist account of modality. The first is Hale's argument for the necessity of essence, which I will argue is — notwithstanding recent attempted defences of it — invalid by its very structure. The second is the proposal that it is essential to essential truth that it is necessary. After offering three possible versions of the view, I will argue that (...) each fails to provide a metaphysical explanation of necessity in terms of essence. (shrink)

Some metaphysicians believe that metaphysical modality is explainable by the essences of objects. In §II, I spell out the definitional view of essence, and in §III, a working notion of metaphysical explanation. Then, in §IV, I consider and reject five natural ways to explain necessity by essence: in terms of the principle that essential properties can't change, in terms of the supposed obviousness of the necessity of essential truth, in terms of the logical necessity of definitions, in terms of Fine's (...) logic of essence, and in terms of the theory of real definitions. I will conclude that the present evidence favours rejecting the hypothesis that modality is explainable by essence. (shrink)

We present an account of the evolutionary development of the experiences of empathy that marked the beginning of morality and art. We argue that aesthetic and moral capacities provided an important foundation for later epistemic developments. The distinction between phenomenal consciousness and attention is discussed, and a role for phenomenology in cognitive archeology is justified-critical sources of evidence used in our analysis are based on the archeological record. We claim that what made our species unique was a form of meditative (...) and empathic thinking that made large-scale human cooperation possible through pre-linguistic, empathic communication. A critical aspect of this proposal is that the transformation that led to the dawn of our species was not initially driven by semantic or epistemic factors, although clearly, these factors increased the gap between us and other species dramatically later on. Our proposal suggests that recent philosophy of mind and psychology might have "epistemicized" phenomenal consciousness too much by construing it in terms of semantic content rather than by describing it in terms of empathic and meditative thinking. Instead of the prevailing approach, we favor the type of subjectivity that is fundamentally "other-involving" as essential, because on our account, a necessary condition for subjectivity is the empathic understanding of other individuals' psychology, not through inference or judgment, but through immediate conscious engagement. (shrink)

This paper explores the scope and limits of rational consensus through mutual respect, with the primary focus on the best known formal model of consensus: the Lehrer–Wagner model. We consider various arguments against the rationality of the Lehrer–Wagner model as a model of consensus about factual matters. We conclude that models such as this face problems in achieving rational consensus on disagreements about unknown factual matters, but that they hold considerable promise as models of how to rationally resolve non-factual disagreements.

One challenge faced by aesthetics is the development of an account able to trace out the continuities and discontinuities between general experience and aesthetic experiences. Regarding this issue, in this paper, I present an enactive model of some raw cognitive dynamics that might drive the progressive emergence of aesthetic experiences from the stream of general experience. The framework is based on specific aspects of John Dewey’s pragmatist philosophy and embodied aesthetic theories, while also taking into account research in ecological psychology, (...) cognitive sciences, and dynamic systems theory. The model focuses on dynamically relevant nodes at the pre-reflective and the reflective side of experience that would work as nested rhythmic constraints at different cognitive timescales with the potential to shunt experiences toward the aesthetic in everyday situations. My proposal constitutes a way to explore aesthetic experiences from an enactive perspective that regards them as transformative events in which cognitive processes entrain and are entrained by changes taking place in the environment, the brain, and the body. (shrink)

Expressivists claim that normative judgments (NJ) are non-cognitive states. But what kind of states are they, exactly? Expressivists need to provide us with an adequate account of their nature. Here, I argue that there are structural features that render this task rather daunting. The worry takes the form of a looming dilemma: NJ are either conative states (i.e. states with a world-to-mind direction of fit) or they are not. If they are, then they are either attitudes de se (i.e. attitudes (...) about oneself) or they are not. If they are, then they’re unable to account for disagreement. If they are not, then they're unable to account for agent-relative NJ. So NJ cannot be conative states (they cannot have a world-to-mind direction of fit). On the other hand, however, if NJ are not conative states (if they are states without a direction of fit, like affective or other sui generis non-cognitive, non-conative attitudes) then it remains a mystery how they support relations of disagreement. (shrink)

Although the idea of the Anthropocene originated in the earth sciences, there have been increasing calls for questions about the Anthropocene to be addressed by pan-disciplinary groups of researchers from across the natural sciences, social sciences, and humanities. We use data analysis techniques from corpus linguistics to examine academic texts about the Anthropocene from these disciplinary families. We read the data to suggest that barriers to a broadly interdisciplinary study of the Anthropocene are high, but we are also able to (...) identify some areas of common ground that could serve as interdisciplinary bridges. (shrink)

The project of growing meat artificially represents for some the next best thing to humanity. If successful, it could be the solution to several problems, such as feed- ing a growing global population while reducing the environmental impact of raising animals for food and, of course, reducing the amount and degree of animal cruelty and suffering that is involved in animal farming. In this paper, I argue that the issue of the morality of such a project has been framed only (...) in terms of the best conse- quences for the environment, animals, and humans, or in terms of deontic princi- ples. I argue that to appreciate how deep and difficult this issue is, it is necessary to consider it in terms of a virtue-oriented approach. Such an approach will reveal aspects that are not apparent, not contemplated by typical approaches, but are essen- tial to our understanding of the morality of lab-grown meat. As I argue, evaluating the issue from a virtue-oriented perspective suggests that the project of in vitro meat should not be supported because it stems from unvirtuous motivations. (shrink)

Many moral philosophers have criticized intensive animal farming because it can be harmful to the environment, it causes pain and misery to a large number of animals, and furthermore eating meat and animal-based products can be unhealthful. The issue of industrially farmed animals has become one of the most pressing ethical questions of our time. On the one hand, utilitarians have argued that we should become vegetarians or vegans because the practices of raising animals for food are immoral since they (...) minimize the overall happiness. Deontologists, on the other hand, have argued that the practices of raising animals for food are immoral because animals have certain rights and we have duties toward them. Some virtue ethicists remain unconvinced of deontic and consequentialist arguments against the exploitation of animals and suggest that a virtue-based approach is better equipped to show what is immoral about raising and using animals for food, and what is virtuous about ethical veganism. (shrink)

Although there have never been so many professional philosophers as today, most of the questions discussed by today’s philosophers are of no interest to cultured people at large. Specifically, several scientists have maintained that philosophy has become an irrelevant subject. Thus philosophy is at a crossroads: either to continue on the present line, which relegates it into irrelevance, or to analyse the reasons of the irrelevance and seek an escape. This paper is an attempt to explore the second alternative.

Keith Donnellan wrote his paper on definite descriptions in 1966 at Cornell University, an environment where nearly everybody was discussing Wittgenstein’s ideas of meaning as use. However, his idea of different uses of definite descriptions became one of the fundamental tenets against descriptivism, which was considered one of the main legacies of the Frege–Russell– Wittgenstein view; and I wonder whether a more Wittgensteinian interpretation of Donnellan’s work is possible.

According to the Principle of Alternative Possibilities, an agent is morally responsible for an action of hers only if she could have done otherwise. The notion of a robust alternative plays a prominent role in recent attacks on PAP based on so-called Frankfurt cases. In this paper I defend the truth of PAP for blameworthy actions against Frankfurt cases recently proposed by Derk Pereboom and David Widerker. My defence rests on some intuitively plausible principles that yield a new understanding of (...) the concept of a robust alternative. I will leave aside whether PAP also holds for praiseworthy actions -/- Según el Principio de Posibilidades Alternativas, un agente es moralmente responsable de una acción sólo si hubiera podido actuar de otro modo. La noción de alternativa robusta desempeña un papel prominente en ataques recientes al PPA basados en los llamados casos Frankfurt. En este artículo defiendo el PPA para la culpabilidad moral frente a casos Frankfurt propuestos recientemente por Derk Pereboom y David Widerker. Mi defensa descansa en algunos principios intuitivamente plausibles que dan lugar a una comprensión nueva del concepto de alternativa robusta. No trataré la cuestión de la verdad del PPA para acciones moralmente laudables. (shrink)

The philosophical conception of mechanistic explanation is grounded on a limited number of canonical examples. These examples provide an overly narrow view of contemporary scientific practice, because they do not reflect the extent to which the heuristic strategies and descriptive practices that contribute to mechanistic explanation have evolved beyond the well-known methods of decomposition, localization, and pictorial representation. Recent examples from evolutionary robotics and network approaches to biology and neuroscience demonstrate the increasingly important role played by computer simulations and mathematical (...) representations in the epistemic practices of mechanism discovery and mechanism description. These examples also indicate that the scope of mechanistic explanation must be re-examined: With new and increasingly powerful methods of discovery and description comes the possibility of describing mechanisms far more complex than traditionally assumed. (shrink)

The main thesis of this paper is that two prevailing theories about cognitive penetration are too extreme, namely, the view that cognitive penetration is pervasive and the view that there is a sharp and fundamental distinction between cognition and perception, which precludes any type of cognitive penetration. These opposite views have clear merits and empirical support. To eliminate this puzzling situation, we present an alternative theoretical approach that incorporates the merits of these views into a broader and more nuanced explanatory (...) framework. A key argument we present in favor of this framework concerns the evolution of intentionality and perceptual capacities. An implication of this argument is that cases of cognitive penetration must have evolved more recently and that this is compatible with the cognitive impenetrability of early perceptual stages of processing information. A theoretical approach that explains why this should be the case is the consciousness and attention dissociation framework. The paper discusses why concepts, particularly issues concerning concept acquisition, play an important role in the interaction between perception and cognition. (shrink)

En medio de tanta charla irresponsable que inunda los diversos medios de comunicación y las tribunas gubernamentales sobre la educación, en el que se figura la viabilidad del país desde lo económico y no desde lo civilizado, recordé las “uvas verdes”, esa referencia que Gombrich utilizó en una de sus tantas conferencias sobre las humanidades. La fábula de Esopo da qué pensar sobre la valoración de las humanidades en la malla de las instituciones de educación superior. Los juicios despreciables que (...) aparecen bajo la forma de la innovación, a partir de indicadores y criterios de examinabilidad que promueve el gobierno, los ministerios y Colciencias, son solo una muestra de cómo esa charla fácil pretende circunscribir a las humanidades en el nuevo paraíso medible del ámbito académico. (shrink)

Franz Brentano is not usually associated with mathematics. Generally, only Brentano’s discussion of the continuum and his critique of the mathematical accounts of it is treated in the literature. It is this detailed critique which suggests that Brentano had more than a superficial familiarity with mathematics. Indeed, considering the authors and works quoted in his lectures, Brentano appears well-informed and quite interested in the mathematical research of his time. I specifically address his lectures here as there is much less to (...) be found about mathematics in his published works. Besides Brentano’s own work, it is quite remarkable to see that practically all of his better-known students sooner or later produced a work on the philosophy of mathematics. This also encourages the supposition not just of a common interest in the matter, but of a common theoretical core. All this prompts the question: Can we speak of a Brentanist philosophy of mathematics? (shrink)

Diariamente vemos noticias sobre políticos irresponsables que rechazan el consejo que los expertos basan en los modelos científicos, o nos encontramos con notas periodísticas que distorsionan los hechos o las teorías. En México, diariamente somos testigos —tanto que se ha vuelto un chiste recurrente— de la evidente incapacidad de la comunidad periodística para cubrir informes técnicos, así como de la dificultad que tienen muchos columnistas para comprender incluso los más básicos conceptos de la estadística. Además, muchas veces nos preguntamos por (...) qué los científicos y las organizaciones de salud parecen estar cambiando constantemente de opinión, contradiciéndose entre sí, o no terminan de ponerse de acuerdo. (shrink)

Explicit atheism is a philosophical position according to which belief in God is irrational, and thus it should be rejected. In this paper, I revisit, extend, and defend against the most telling counter arguments the Kalām Cosmological Argument in order to show that explicit atheism must be deemed as a positively irrational position.

Marcus William Hunt argues that when co-parents disagree over whether to raise their child (or children) as a vegan, they should reach a compromise as a gift given by one parent to the other out of respect for his or her authority. Josh Millburn contends that Hunt’s proposal of parental compromise over veganism is unacceptable on the ground that it overlooks respect for animal rights, which bars compromising. However, he contemplates the possibility of parental compromise over ‘unusual eating,’ of animal-based (...) foods obtained without the violation of animal rights. I argue for zero parental compromise, rejecting a rights-oriented approach, and propose a policy that an ethical vegan parent and a non-vegan co-parent should follow to determine how to raise their children. (shrink)

Abordagens pós-cognitivistas mais recentes têm lançado duras críticas à noção de representação mental, procurando ao invés disso pensar a mente e a cognição em termos de ações corporificadas do organismo em seu meio. Embora concordemos com essa concepção, não está claro que ela implique necessariamente a rejeição de qualquer tipo de vocabulário representacional. O objetivo deste artigo é argumentar que representações podem nos comprar uma dimensão explicativa adicional não disponível por outros meios e sugerir que, ao menos em alguns casos, (...) elas podem participar da explicação de performances ou capacidades cognitivas. A noção de representação apresentada, como deixaremos claro ao longo do artigo, não viola os preceitos metodológicos mais caros à cognição 4E em geral e ao enativismo em particular, podendo, portanto, ser utilizada como uma ferramenta teórica útil em investigações sobre a natureza corporificada e situada da mente. (shrink)

IPCC SPECIAL REPORT ON CLIMATE CHANGE AND LAND (SRCCL) -/- Chapter 3: Climate Change and Land: An IPCC special report on climate change, desertification, land degradation, sustainable land management, food security, and greenhouse gas fluxes in terrestrial ecosystems.

Después de introducir el artículo (§1), repasaré los aspectos más generales y centrales de la literatura sobre la fundamentación (§2); esta tarea me parece valiosa ya que no existen revisiones generales y actualizadas en español sobre el tema. Después, argumentaré que la fundamentación no es una medida de complejidad física, y que, sin un vínculo necesario con la complejidad, quedan pocas razones para pensar que la fundamentación une a los diferentes estratos de la realidad física, que es una de las (...) motivaciones más importantes para introducir relaciones de dependencia (§3). (shrink)

Is it possible to know anything about life we have not yet encountered? We know of only one example of life: our own. Given this, many scientists are inclined to doubt that any principles of Earth’s biology will generalize to other worlds in which life might exist. Let’s call this the “N = 1 problem.” By comparison, we expect the principles of geometry, mechanics, and chemistry would generalize. Interestingly, each of these has predictable consequences when applied to biology. The surface-to-volume (...) property of geometry, for example, limits the size of unassisted cells in a given medium. This effect is real, precise, universal, and predictive. Furthermore, there are basic problems all life must solve if it is to persist, such as resistance to radiation, faithful inheritance, and energy regulation. If these universal problems have a limited set of possible solutions, some common outcomes must consistently emerge. In this chapter, I discuss the N = 1 problem, its implications, and my response (Mariscal 2014). I hold that our current knowledge of biology can justify believing certain generalizations as holding for life anywhere. Life on Earth may be our only example of life, but this is only a reason to be cautious in our approach to life in the universe, not a reason to give up altogether. In my account, a candidate biological generalization is assessed by the assumptions it makes. A claim is accepted only if its justification includes principles of evolution, but no contingent facts of life on Earth. (shrink)

The paper presents the history of Italian scholars and research centres that contributed to the emergence of the analytic philosophy of language in Italy in the second half of the twentieth century. After a brief description of the work completed in the fifties, I describe the formation of a network of people interested in those contents and methods, trace the origins to the influence of different centres of research in the US and Europe and shortly describe the main events, seminars, (...) conferences and meetings linked to different universities and research groups. These early efforts created a background from which students and junior scholars could evolve and develop original research in that area. The central idea is that the work on the philosophy of language we made in Italy is part of a wider attempt at reconnecting networks of interactions among philosophers in Europe that were alive before the Nazi period. (shrink)

The author examines an essay by Maurizio Torrini on the scientific revolution and libertinism. Studying the reception of Galileo’s discoveries in European philosophical culture, Torrini highlights the misunderstandings and instrumental uses that libertines made of Galilean astronomy. The scientific revolution and libertinism had independent paths and even when their paths crossed, no fusion emerged between the two components. Only at the end of the seventeenth century did apologetics unify libertinism and Galilean science into one doctrine to facilitate their condemnation. The (...) essay shows the consequences that this interpretation produces on the historiographic categories with which modern philosophy is interpreted. (shrink)

In this paper I offer a defence of a Russellian analysis of the referential uses of incomplete (mis)descriptions, in a contextual setting. With regard to the debate between a unificationist and an ambiguity approach to the formal treatment of definite descriptions (introduction), I will support the former against the latter. In 1. I explain what I mean by "essentially" incomplete descriptions: incomplete descriptions are context dependent descriptions. In 2. I examine one of the best versions of the unificationist “explicit” approach (...) given by Buchanan and Ostertag. I then show that this proposal seems unable to treat the normal uses of misdescriptions. I then accept the challenge of treating misdescriptions as a key to solving the problem of context dependent descriptions. In 3. I briefly discuss Michael Devitt’s and Joseph Almog’s treatments of referential descriptions, showing that they find it difficult to explain misdescriptions. In 4. I suggest an alternative approach to DD as contextuals, under a normative epistemic stance. Definite descriptions express (i) what a speaker should have in mind in using certain words in a certain context and (ii) what a normal speaker is justified in saying in a context, given a common basic knowledge of the lexicon. In 5. I define a procedure running on contextual parameters (partiality, perspective and approximation) as a means of representing the role of pragmatics as a filter for semantic interpretation. In 6. I defend my procedural approach against possible objections concerning the problem of the boundaries between semantics and pragmatics, relying on the distinction between semantics and theory of meaning. (shrink)

Anito é mais conhecido por ser um dos acusadores de Sócrates, mas este político teve outra proeza: sua sagacidade o fez criar um método obscuro de identificar os jurados e assim saber exatamente a quem subornar em um processo legal, ou seja, ele conseguia identificar quem eram os dikastaí que estariam agrupados no dikastḗrion específico que julgaria determinado caso em um tribunal. Com essa metodologia ele conseguiu se safar de uma condenação em 409 a.e.c., quando por sua falha Atenas perdeu (...) Pilos (Aristóteles, Constituição de Atenas, 27.5). A façanha desse cidadão possivelmente foi a origem de dois novos verbos (dekázein e syndekázein) e o motivo de uma nova lei contra esse método (reportada no segundo Contra Estéfano de Demóstenes, 46.26). Além disso, duas décadas depois, o sistema por sorteio para a escolha de jurados foi totalmente reformulado, justamente para evitar esse esquema corrupto que ele empregou. Este artigo fará a exposição desses aspectos legais relacionados à escolha de jurados no século V, bem como abordará a corrupção e suborno que foi feita a partir desse método de Anito, discorrendo também sobre uma alteração proposta no século IV (que aparece na Assembleia das Mulheres de Aristófanes) e a terceira reformulação, apresentada em Aristóteles, Constituição de Atenas, 63-66. Também se explorará essa temática com a Apologia de Platão, uma vez que Anito, aquele que subornou jurados, é o mesmo agente que está processando Sócrates por corromper (diaphtheírein) os jovens, aproveitando-se assim a ambiguidade deste verbo, pois pode significar tanto a corrupção moral em sentido largo, como também aquela motivada por suborno. (shrink)

In her analysis of pejoratives, Eva Picardi rejects a too sharp separation between descriptive and expressive content. I reconstruct some of her arguments, endorsing Eva’s criticism of Williamson’s analysis of Dummett and developing a suggestion by Manuel Garcia Carpintero on a speech act analysis of pejoratives. Eva’s main concern is accounting for our instinctive refusal to endorse an assertion containing pejoratives because it suggests a picture of reality we do not share. Her stance might be further developed claiming that uses (...) of pejoratives not only suggest, but also promote a wrong picture of reality. Our refusal to endorse implies rejecting not only a wrong picture of reality but also a call for participation to what that picture promotes. (shrink)

I argued against relationalism with four objections. One of those was that, under reasonable assumptions, relationalism's modal relation needs to be what I called an `extra order' relation. I recently came to notice that the objection could have been posed with much less substantive assumptions. In particular, I recently noticed that order-dissonant predications are not required for the objection; therefore, noncumulativism is not relevant for my argument.

This paper is a comparison of Kripke’s and Künne’s interpretations of Frege’s theory of indexicals, especially concerning Frege’s remarks on time as “part of the expression of thought”. I analyze the most contrasting features of Kripke’s and Künne’s interpretations of Frege’s remarks on indexicals. Subsequently, I try to identify a common ground between Kripke’s and Künne’s interpretations, and hint at a possible convergence between those two views, stressing the importance given by Frege to nonverbal signs in defining the content of (...) thought. I conclude by indicating a possible direction for further research. (shrink)

Resumo: Tradução, com comentário, de uma inscrição presente em pequeno frontão helenístico do século II AEC, que trata de um decreto homenageando o demarco Pânfilo, e tanto demonstra como os Mistérios de Elêusis ainda eram importantes no período Helenístico, como comprova o papel das mulheres na condução dos eventos religioso. Também a atesta a organização de festivais pequenos e grandes, a liturgia de eventos no teatro, procissões e sacrifícios. -/- Palavras-chave: decreto; epigrafia; Mistérios de Elêusis. -/- Abstract: Portuguese translation, with (...) comments, of an inscription on a small Hellenistic pediment from the 2 nd century BCE about a decree honoring the demarch Pamphilos. The inscription displays how the Eleusinian Mysteries were still important in the Hellenistic period, and proves as well the role of women in the conduct of religious events. It also gives evidence of the organization of small and large festivals, of the liturgy of events in the theater, and of religious processions and sacrifices. -/- Keywords: decree; epigraphy; Eleusinian Mysteries. (shrink)

This essay focuses on the intriguing relationship between mathematics and physical phenomena, arguing that the brain uses a single spatiotemporal- causal objective framework in order to characterize and manipulate basic external data and internal physical and emotional reactive information, into more complex thought and knowledge. It is proposed that multiple hierarchical permutations of this single format eventually give rise to increasingly precise visceral meaning. The main thesis overcomes the epistemological complexities of the Frame Problem by asserting that the primal frame (...) of reference – within which chaotic conscious thought ultimately emerges – is essentially a synchronous representation of the four macro properties of existence plus the genetically derived causal objective, and the embodied physical and emotional reactions that even the lowliest cognitive organisms are born with, and which they automatically express as they struggle to exist within an ever-changing and often hostile environment. -/-. (shrink)

The Whorfian hypothesis has received support from recent findings in psychology, linguistics, and anthropology. This evidence has been interpreted as supporting the view that language modulates all stages of perception and cognition, in accordance with Whorf’s original proposal. In light of a much broader body of evidence on time perception, I propose to evaluate these findings with respect to their scope. When assessed collectively, the entire body of evidence on time perception shows that the Whorfian hypothesis has a limited scope (...) and that it does not affect early stages of time perception. In particular, all the available evidence shows that the scope of language modulation is limited in the case of time perception, and that the most important mechanisms for time perception are cognitive clocks and simultaneity windows, which we use to perceive the temporal properties of events. Language modulation has distorting effects, but only at later stages of processing or with respect to specific categorization tasks. The paper explains what is the role of these effects in the context of all the available evidence on time cognition and perception. (shrink)

In the following article we explore one of the central philosophical problems of the philosophy of history: re ections on the new consciousness of historical time in the light of two lead-concepts of Modernity: secularization and experience. Regularly we use the term "philosophy of history" without realizing that a fundamental ambiguity arises in the concept of history itself. On the one hand, it indicates the story as such, as the development of processes, developments and events throughout history; on the other (...) hand , the same term is used to refer to the science that investigates by those claims and those conditions of possibility of why stories occur, how they can be completed, how they can be told and how they should be studied and why. Thus, it is necessary to consider the secularization and experience in the business of historical processes and the way we look, we report and interpret philosophically that activity, particularly in the nineteenth century. In other words, besides the study of historical problems, the philosophy of history is also presented as a discipline, with its own history and with a particular epistemological development. (shrink)

Revelación y religiones es el título del libro editado por Xavier Morlans i Molina, publicado en el 2016 por la editorial Herder. De manera sencilla y sin recargar los capítulos de información sobre las religiones tratadas, los autores se abocan a la misión de buscaranalogías y diferencias de la idea de revelación en dichas tradiciones. El orden que tiene el libro es cronológico, es decir, según la aparición histórica de cada tradición religiosa.

Although the treatise presented here is most interesting, it was never widely disseminated. As far as we know, it is preserved only in Latin, in one manuscript. The text poses many questions. Who produced a copy of the text? Who is the translator? Is the treatise a genuine work of Averroes? And if so, what was his intention in writing this monograph on the First Cause?

This appears in a supplementary issue of the Bulletin of the Institute of Classical Studies, entitled "Ancient Approaches to Plato's Timaeus.".

Evolutionary adaptation has been suggested as the hallmark of life that best accounts for life’s creativity. However, current evolutionary approaches still fail to give an adequate account of it, even if they are able to explain both the origin of novelties and the proliferation of certain traits in a population. Although modern-synthesis Darwinism is today usually appraised as too narrow a position to cope with all the complexities of developmental and structural biology—not to say biosemiotic phenomena—, Darwinism need not be (...) if we separate metaphor from reality in natural selection in order to show the axiological complexity of this concept. This can shed light on the relationship between biosemiotics and biological evolution. (shrink)